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Nos fins do séc. XIX e inícios do séc. XX, a paz na Europa esteve permanentemente ameaçada.


A disputa pela hegemonia na Península Balcânica originou sucessivas crises entre o Império Austro-Húngaro e a Rússia. A Sérvia, país independente desejava formar um Estado jugoslavo que integrasse também a Bósnia, a Croácia e a Eslovénia, dominadas pelo Império Austro-Húngaro. Neste clima belicista e de exaltação dos sentimentos nacionalistas, qualquer incidente poderia levar a um conflito internacional.


Neste contexto escaldante, os tiros disparados por um estudante sérvio na manhã de 28 de junho de 1914, em Sarajevo, que vitimaram Francisco Fernando, príncipe herdeiro da Coroa da Áustria-Hungria, tiveram consequências de uma dimensão aparentemente desproporcionada com a sua importância. A Áustria declarou guerra à Sérvia. Esta declaração de guerra ativou a política de alianças e originou sucessivas declarações de guerra entre os países dos blocos em confronto. 


E foi desta forma que se mergulhou na maior guerra até então travada e que se estendeu até 1918.


Numa fase inicial, os ingleses não quiseram que Portugal se envolvesse na guerra. Entrou nela só em março de 1916, apesar de em África se ter começado a combater os alemães logo em agosto de 1914. A 23 de fevereiro de 1916, Portugal passou a estar formalmente em guerra e a prioridade passou a ser a organização de uma força expedicionária para a França. Os primeiros contingentes do Corpo Expedicionário Português (CEP) num total de 55 mil homens, partem para a Flandres francesa em janeiro de 1917. As más condições de vida nas trincheiras e as poucas oportunidades de rotação de tropas na frente por falta de efetivos têm efeitos nefastos na moral dos soldados. A falta de transportes para esse revezamento e a recusa de Sidónio Pais em substituir as tropas na Flandres só agravaram a situação, deixando o CEP destroçado, ainda antes de ser esmagado, a 9 de abril de 1918, na Batalha de La Lys.


Em junho de 1919 é assinado o Tratado de Versalhes.


Em 4 anos, a Grande Guerra provocou 9 milhões de mortos, 17 milhões de feridos, 4 milhões de viúvas e 8 milhões de órfãos. As destruições materiais foram igualmente extraordinárias: 3 milhões de hectares inutilizados, 400 mil edifícios destruídos, as principais regiões industriais devastadas.

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