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Breves Notas Históricas

Nas vésperas do eclodir da Revolução dos Cravos, o regime político sedimentado por Oliveira Salazar parecia mais forte que nunca. Vivia-se num clima de aparente normalidade e de plena rotina. Portugal mostrava-se como um país vendado, alheio ao que se passava em seu redor, por causa da censura e da ausência de liberdades. “Pergunto ao vento que passa notícias do meu país e o vento cala a desgraça o vento nada me diz”. (Manuel Alegre, 1965)
Assistiu-se a um acumular progressivo de problemas políticos, sociais e económicos que, para a sua solução, tornaram indispensável o recurso a uma revolução que alterasse os princípios em que assentava o regime do Estado Novo. O cansaço da guerra em África, que durava havia treze anos sem que se vislumbrasse uma solução política, a constituição do MFA (Movimento das Forças Armadas) e o mal estar provocado pelas demissões dos generais Costa Gomes e António de Spínola da chefia do Estado-Maior das Forças Armadas, foram algumas das circunstâncias detonadoras do derrube do regime político.
Inadiável, a operação militar “Fim do Regime” é desencadeada por duas senhas musicais: às 22h55, a canção “E depois do adeus” de Paulo de Carvalho, conduz à tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal é dado às 00h20, madrugada do dia 25 de Abril de 1974, com a canção “Grândola, Vila Morena” de Zeca Afonso e que marca o início das operações. A ocupação das estações do Rádio Clube Português e Emissora Nacional, da RTP, a ocupação do Terreiro do Paço e guardar o Banco de Portugal foram a grande preocupação dos estrategas do 25 de Abril.
Anunciada pela rádio, a progressão dos militares do MFA foi envolvida pelo apoio popular. No Largo do Carmo, a atitude da população tornou-se deveras importante, gerando um clima de consenso espontâneo e de júbilo perante a queda do regime consagrado na Constituição de 1933. Foi assim graças ao capitão Salgueiro Maia, aos oficiais, sargentos e praças de Abril de 74 que “emergimos da Noite e do Silêncio e livres habitamos a substância do tempo”. (Sophia de Mello Breyner Andressen)

O nosso agradecimento sincero para: Engenheiro Manuel da Costa, Coronel Rui Santos Silva, Ricardo Figueiredo, Centro de Documentação 25 de Abril e Museu Dona Emília Vasconcelos Cabral, pela cedência de materiais para a exposição.

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